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sábado, 15 de agosto de 2009

Calígula parte I

Algumas vezes o sol não se dá conta que quando aquece demais, queima. Assim são as pessoas, como dizia Schopenhauer: somos todos porcos-espinho, se chegamos muito perco nos espetamos, se nos afastamos em demasia sentimos frio. Tem casos que o espinho entra tão fundo que dói mais tirá-lo de si que deixar o outro por perto.

Tem dias que a sensação é de que as feridas sangram mais do que se consegue repôr. O ar sai do pulmão para espremer o coração. Seja pela falta ou pelo excesso. Não há como esquecer o toque das mãos, ou os olhares penetrantes, como lança. Te espeta sem pedir, e fisga, e tira o chão dos pés. Ou então o vento frio, cortante, que quando passa leva um pouco da sua vida consigo. Enfraquecido, é assim que se fortelece. E a vida que nos leva não é recuperada. Por isso que morremos. Porque a vida para vivermos eternamente foi sendo-nos roubada aos poucos, tão aos poucos que nem notávamos.

Tenta-se não morrer, usamos roupas para nos esconder do vento. mas a lã é fina, e não protege ad eternum. O frio sempre consegue nos penetrar atpe os ossos para de lá assaltar a medula. Medimos a qualidade de vida, que nada mais é a quantificação bestial dos nossos valores dentro da realidade submetida aos valores sociais. Mas isso é só outra suposição. Talvez não valesse a pena pensar se não fôssemos uma sociedade, se não tranmitissimos valores e aprendizados, cultura. Aculturados. Apenas outro blá blá blá de quem não viveu experiências que defende.