Pages

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Um poema

Meu coração anda assim,
compassado como um relógio.
E assim ele anda, segundo por segundo,
Passando de hora em hora
Até chegar no dia seguinte.
E começar a passar pelos mesmos números
os mesmos ponteiros
É a repetição
que marcou meu coração.

Meu coração anda assim,
leve como um balão.
E assim ele anda,
Levado pelo vento
E pousando de chão em chão.
E começa a ver as florestas e montanhas,
Paisagens nunca repetidas,
E sempre de algo novo a desviar e observar.

Meu coração anda assim,
Esperto como um gato.
Pisando de leve com o sapato,
Desassossegado a certo instante.
Mas isso não é o mais gritante,
O é o fato dele não ser mais meu.
Agora que ele e dono de seu nariz faz só o que quer.





domingo, 24 de novembro de 2013

A fuga

E meu coração resolveu escapar hoje do meu peito, pelo que reservo seu lugar para quando retornar. Ah, meu coração de personalidade própria, batimentos próprios, e que se apropriou até dos meus pensamentos.

E meu coração criou asas para voar seus sonhos, sibilando enquanto passa por colinas, e terraços. Meu coração com asas e rodas seguindo pelo túnel sem volta.

Meu coração me pega pelas mãos, e me conduz pelos entornos de tal fortaleza, e me puxa cercando as muralhas, e assim sigo delineando teu rosto e suas feições.

E meu coração fotografa o meu sorriso traiçoeiro, que te entrega completamente meus sentimentos, que te entrega completamente minhas intenções, que te entrega completamente minha alma.

E a minha alma, costurada em meu coração, é leve quando meu coração se entrega ao teu toque, e a do teu coração. Minha alma levita, ascende aos céus e às nuvens, somente por você.

E o meu coração retorna do túnel para seguir seu destino, e draga a minha alma, encoleirada, de volta. E cá estou eu, corpo com alma e coração novamente, para te amar.