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quinta-feira, 20 de março de 2014

Confissões

Eu confesso minha culpa,
Em sempre achar capivaras expiatórias,
Confesso minha falta de jeito, a da minha visão...
Eu só vejo bodes e cabras,
Não enxergo tuas capivaras.

Confesso ao meu espelho as lágrimas que não permito que escorram em meu rosto, a ilusão que não me é permitida guardar em meu peito. Minhas divagações criaram asas para fugir pela minha janela e criar um sonho paralelo, em razão da ausência da própria realidade. Confesso meu reflexo imperfeito e repelente.

Eu confesso meu nascimento
Meu crescimento

Meu não desenvolvimento
Como imaginado e querido.

Confesso loucamente minha lucidez enquanto que deságuo em meus lençóis, minha hidratação não é reposta com groselhas ou refrigerantes. Minha hidratação não se repõe.

Eu seco,
E ressequida, sou esmigalhada como as folhas secas.
E meus restos são levados ao vento

E assim fico varrida num canto do quintal. 

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