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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A Invenção da poesia


Dos meus dedos correm tramas, dramas relatados sem emoção. Dos meus lábios saem palavras cruzadas, histórias atrasadas e de repetição, além de estórias da carochinha, contos de fadas e bruxas, dentre outras invenções. Dos meus dedos correm mares inteiros, navios negreiros, navios obreiros.
Dos meus dedos corre a criação do mundo, da realidade mais profunda.

Os meus olhos leem os rabiscos, leem os hieróglifos, e os apócrifos. Meus olhos leem tatuagens, expressões faciais e risos infantis, interpretam a trama, criam o drama e o enchem de enredo e presunções, meu coração palpita, angustia e anseia pelo final. Meus olhos preenchem as lacunas cruzadas de histórias repetidas de pessoas históricas cruzando um mar inglês.

Os meus olhos veem o mar levando embora milhares de sonhos e pesadelos ao fundo, os meus olhos veem as histórias mudando, se desenrolando e alterando o fim. O mote é complexo, os personagens sobressaem, desejam e traem, feito Eva e Adão.


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