Como um coração solitário pode, sem mais angústias, sentir-se aquecido por um outro qualquer, ainda sente-se que, por mais juntos que estejamos, ainda somos nós mesmos, e não passamos de uma metade incompleta que espera encontrar-se consigo mesma. Ainda que na verdade saibamos que nada somos de real, temos a esperança de crer numa espécie de metafísica inverdadeira que nos transpassa como a uma coração laminado pela dor. Sempre e sempre sentimos-nos guiar pelas ruas das incertezas duradouras que mesclam os tijolos do caminho com pó de ouro e confete, espalhando as raivas e transbordando as tristezas para caber dentro de si todas as alegrias que a vida há de nos proporcionar.
O dedilhado de um coração solitário é uma sonata em dó maior, conta a história de um átrio e um ventrículo que se conheceram e se amaram; desaguando pingos de luzes para todas as partes, fundindo-se num só órgão e canção, cuja voz doce e delicada desafina a cada sístole mais forte e vibrante que percorre todo o peito. Entretanto a solidão não faz apenas sentir a companhia de si mesma, faz sentir a companhia do outro também, tal como a abstinência de todos os sentimentos possíveis e plausíveis de se ter um relacionamento que não seja monopessoal. Não seja a solidão solitária em si mesma, solidão é a companhia do surreal monofisista para alguém que a realidade é dura demais para suportá-la.
Solidão não é pura e simplesmente estar sozinho, é muito mais profundo que isso, porque às vezes não basta a companhia de cem amigos para tirar-lhe a solidão de si; às vezes, e só às vezes, apenas um coração mais solitário que si mesmo pode se tirar da solidão. Pobre do coração solitário, só ele sabe das dores de se ter uma companhia, um amor; só ele sabe dos medos de magoar e ser magoado, mal sabe o coração solitário que a dor de se ter uma mão para pegar é a dor mais feliz do mundo
O dedilhado de um coração solitário é uma sonata em dó maior, conta a história de um átrio e um ventrículo que se conheceram e se amaram; desaguando pingos de luzes para todas as partes, fundindo-se num só órgão e canção, cuja voz doce e delicada desafina a cada sístole mais forte e vibrante que percorre todo o peito. Entretanto a solidão não faz apenas sentir a companhia de si mesma, faz sentir a companhia do outro também, tal como a abstinência de todos os sentimentos possíveis e plausíveis de se ter um relacionamento que não seja monopessoal. Não seja a solidão solitária em si mesma, solidão é a companhia do surreal monofisista para alguém que a realidade é dura demais para suportá-la.
Solidão não é pura e simplesmente estar sozinho, é muito mais profundo que isso, porque às vezes não basta a companhia de cem amigos para tirar-lhe a solidão de si; às vezes, e só às vezes, apenas um coração mais solitário que si mesmo pode se tirar da solidão. Pobre do coração solitário, só ele sabe das dores de se ter uma companhia, um amor; só ele sabe dos medos de magoar e ser magoado, mal sabe o coração solitário que a dor de se ter uma mão para pegar é a dor mais feliz do mundo
2 comentários:
Entre dores e pesares, tamos aí, menina Mali.
Beijos.
obrigada, thomás^^
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