Pages

sábado, 22 de novembro de 2008

Morrendo

O negro manchava a parede amarela de baixo para cima, se infiltrava nos tijolos e maculava os fios de energia que estavam presentes em alumas partes. A luz ficou negra, o sofá ficou negro, o ar ficou negro.

O menino perdeu as cores, sentou no sofá negro, respirava o ar negro. Pela pele via-se os pulmões encherem-se e esvaziarem-se do ar envenenado pela fumaça que corroía tudo a seu redor e coloria tudo que tocava. Aos poucos o menino absorvia a cor que denotava a morte, e assimilava seu destino junto.

Os olhos do garoto aos poucos ganhavam a cor das paredes e do sofá. Era a mesma cor, a mesma sensação, o mesmo fim. O menino nunca mais iria morrer, estava eternizado. A morte perdeu a batalha.

Amém

0 comentários: