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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Enya

Meus pés se desfizeram sobre sobre o chão, as marcas dos calçados gravaram na crocância das rochas.

"Os dias estão começando a se misturar" - Jake Sully


O céu está grisalho de tão velho, as penas nas nuvens se esfarelam quando o vento chega, roubando a cena, e elas caem dos céus, caem para cima, libertando-se da força gravitacional da mente; das mentes dementes descrentes de crentes, cretinos, crescidos, criativos joões e marias que trocaram os doces das paredes pelo brilho diamantoide.

Toque de alma, um beijo dilatado, lascas de asas insetíceas que rodopiam em volta do perfume. Nauseiam tudo a sua volta, até entorpecer num torpor tão gostoso que por mais que definhe o corpo de nutrientes sempre anseiam pelo próximo sonho. Só a fluidez do carma, e a leveza inseparável da arma, entes concebidos sem a ilusão da perpetuidade.

Tu sei l'anima de mio core.


E a vaga da onda, vermelha, arrasta sóis de claves para dentro de si, enterrando junto à areia da praia esquecida as canções que o tempo fez quando da praia era lembrado. Mas o tempo esqueceu da praia, rocha virou praia e a praia virou coral, de coral ninguém lembra mesmo. Só uma lágrima, uma única por todos os grãos de areia perdido debaixo do cálcio.

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