Pages

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Lux laudavit procellum

Pensando bem a individualidade é o único potencial que assusta o ser humano. Ser indíviduo a ponto de ser tão único e diferente é tão abrasador à alma que deveria ser alertado que faz mal. Entendo Schopenhuer, no topo da montanha realmente todos parecem pequeninos e iguais, sem quaquer atrativo interessante para despertar a curiosidade em sabê-los. Mas não entendo Schopenhauer, esse não pode ser o certo, viver ermitado em cima da montanha. Acabo que só me resta o alfabeto, com que posso brincar a vontade até esquecer que a neve me afoga.

De sacrícios posso me dizer perita, e doei tanto que até meu hermetismo de dizer-me em terceira pessoa, ou simplesmente fundir-me ao abstrato das coisas vazou. Uma vida salva, outra perdida, a rotina parece que não muda. Quando acho que estou perto de aflorar à superfície do gelo - gelo este que construí na borda de cima do lago que caí - aparece mais uma pedra, a qual me agarro e afundo como se disso dependesse minha existência.

Não há mais leitores, nem quero que hajam. Mas se houvesse, eu diria: ó leitor, por que teimo em ganhar sabendo que nunca será meu, mas que quando eu achar que está para ser aquilo me perde de vista? No meu pulso faltou coragem ou sobrou? Um dia me disseram que é preciso mais coragem para se viver depois que se tira a capa de gloss do mundo que para abandonar todos torcendo pra ninguém mais espie por debaixo da lona.

A magia nunca foi tão tempestuosa, igual nos filmes, os raios dão tanto medo que até hipnotizam e te fazem tirar fotos de tão bonito. Mas, o que é um raio senão um pingo de luz, geralmente conhecemos pingos de água, mas raios são pingos feitos de luz. A luz que de tão vibrante e densa destrói tudo que vê pela frente. Lux laudavit procellam.