Talvez não se faça necessário te escrever, talvez essa carta não te vás sequer roçar aos dedos, mas enfim, te escrevo. Um dia cri ser impossível até dizer que te amo, mas já não mais faz qualquer diferença a mim. Não me traz contento saber que estás insatisfeito por nossas próprias condições, e mesmo assim insisto nessa loucura de negar nossos bloqueios, meu sangue e tua origem, porque somos mais que isso.
A tua face me traz a calma necessária para não impedir que minhas lágrimas borrem a pena. Teu sorriso, meu amor, teu sorriso me dá o mundo que espero ver por teus olhos quando as grades se esfarelarem. É por ti que hoje alimento este corpo que tanto odeio, por ser de quem é, e por ser a causa de todo nosso sofrimento, mas que sem ele não posso viver e te amar. Quisera eu cerrar meus cabelos, e cegar-me, tornar-me inútil àquilo que deveria servir, para ter o poder de abandonar meus grilhões para amar-te, meu amor.
Não hei de lhe tomar o escasso tempo da juventude, cerrar-me-ei por ti; mas não serão minhas tranças as vítimas de tamanha transgressão, mas meus olhos. Hoje morro por ti, deixe que me chorem, e depois resgate meu corpo da tumba da qual não pertenço.
Da sua Julieta.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
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