Pages

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Abandono

Estou abandonada pelo meu próprio Ego, fui expulsa de minhas vontades e mecanizada para trabalhar funcionalmente, apresentando resultados satisfatórios. Metas vencidas e não pagas, metas cumpridas e não trabalhadas, vivo desfazendo metas e as vivenciando.

Estou abandonada dos meus sonhos, todos eles quando arranhados foram deformados, tornando-se experiências cansativas e insistentes. As ranhuras das minhas modelagens dão à argila uma feição sofrida, sangrada. Emolduro minha arte, pesquiso a soma de intenções alheias, confronto a solidão e decido realizar a exposição do meu interior aqui: sem galeria, sem moça bonita recebendo convidados, aliás, sem convidados.


Exponho toda a minha dor, assalto minhas emoções e cá estou, solitária, verminosa, e carente. Visto uma jaqueta de coragem, tomo fôlego e retomo a caminhada, pé ante pé, silenciosa e vagarosamente divago minha trilha de tijolos amarelos, em busca do Mágico de Oz.

0 comentários: