Crash! Ouviu-se o som do mais amado vaso florido da Mamãe ao espatifar-se no chão, após ser atingido frontalmente por uma bola de meias. Já sabia o que iria acontecer. A palmatória seria retirada de seu costumeiro prego na parede. Depois dos bolos iria ficar trancado no porão (o quarto seria muito bom ainda). Até que consternada, a preta velha contrabandearia umas cocadas da cozinha, tornando o castigo menos severo. Já havia prometido a si próprio que quando adulto daria Carta de Alforria àquela preta bondosa.
terça-feira, 24 de julho de 2007
Crash
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1 comentários:
Já começou quebrando minha imaginação num déjà vu dos meus dias de menor idade, da dor antecipada e de uma prisão psicológica que criamos quando sabemos do erro, sabemos da conseqüência e tememos mais a própria tortura psicológica que a conseqüência em si. De quantas promessas que se fazem enquanto cedo, que nos promovem no que somos. De quantas vezes um ato de bondade nos deixa assolado...
Tive pais severos e sei bem como é, de jurar ser diferente, daí percebe que você não muda, que o mundo é o mesmo e não depende dessa bondade... Errando em coisas tão elementares... Como diria Jean Jacques Rosseau, o homem nasce puro, a sociedade o corrompe. E destas provas que fazemos nossa opinião, primeiro de vítima, logo, de observador, depois, promotor, quando preciso.
Pequeno, mas intenso. Grandes questões que você aborda, não sei se estou sendo tão eficiente, mas estou tentando compreender, vamos ao próximo.
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