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sábado, 10 de janeiro de 2009

Manifesto dos textos de álcool construídos

Para a alma destilada ao vinho, termos da fuga do passado se revelam mau caminho. E do presságio se fazem destinos mal traçados de tinta escorrida. Vermelha tinta, pingada e maltratada. Riscados os papéis que se acumulam, numa trilha de sons assonoros, folhas de areia pétrea que se esvaem na mais fina brisa, e espalham suas palavras que se infiltram no céus e nos mares, viajando nas veredas aos pares.

Tecelagens de frases imperfeitas, que de serem partidas de sentido falta de ser sabido o paradoxo que é o fascínio. Encanto, vislumbre e sabor, mágicas palavras de alto de álcool teor. Física mal-calculada e regrada, de normas e regras quebradas. De rachado servem-se o legado das Memórias e do Rancor.

Partes de um mesmo todo, acasos e imoralidades. Peças de um quebra-cabeças que do encaixe se fazem atrasadas. Anacrônicos pedaços de um cérebro sem coração, fios que se ligam sem qualquer emoção ou sensação, culpados pelo seu próprio homicídio sem causa, sem dolo, sem culpa, sem nada. E das suas cinzas só resta a efêmera lembrança da palavra que um dia foi, e que numa próxima corda vocal pode vir a ser.

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